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Geografia – Fusion Fuel inicia em Évora projeto pioneiro de hidrogénio verde para a rede elétrica

A Fusion Fuel acaba de ligar à rede elétrica portuguesa o projeto H2Évora, no qual usa uma pilha de combustível, alimentada com hidrogénio verde, para injetar eletricidade na rede durante os picos de consumo.

A empresa portuguesa Fusion Fuel, cotada no índice norte-americano Nasdaq, já ligou à rede elétrica portuguesa o seu projeto de demonstração H2Évora, uma instalação que permite injetar na rede eletricidade obtida a partir de hidrogénio verde, num projeto pioneiro de armazenamento de energia e flexibilidade de produção.
Este projeto recorre a 15 dispositivos Hevo-Solar, fabricados em Portugal pela Fusion Fuel. Trata-se de eletrolisadores acoplados a painéis solares de concentração (com uma capacidade de geração superior à dos convencionais módulos fotovoltaicos), que produzem hidrogénio verde.
Embora seja um processo energeticamente ineficiente (usar eletricidade renovável para produzir hidrogénio para voltar a gerar eletricidade), esta solução pode vir a funcionar como uma alternativa de armazenamento de energia e flexibilidade para a rede elétrica, funcionando em complemento com outras soluções de armazenamento de curta duração, como as baterias de lítio.
Segundo a Fusion Fuel, o H2Évora produzirá 15 toneladas de hidrogénio verde por ano. A pilha de combustível usada no projeto de demonstração tem 200 kilowatts (kW), pelo que os volumes que serão injetados na rede elétrica serão ainda residuais.
O principal interesse deste tipo de solução, nota a Fusion Fuel, é aproveitar o H2Évora para vender eletricidade à rede nos períodos de pico de consumo (que tendem a coincidir com preços grossistas de eletricidade mais altos).
A Fusion Fuel tem vários outros projetos de hidrogénio verde em desenvolvimento em Portugal, sendo um dos principais em Sines.

Fonte: Expresso, consultado a 5 de abril de 2023

Geografia – Fusion Fuel: empresa portuguesa que produz hidrogénio a partir de radiação solar

Fomos conhecer a empresa nacional, com clientes em Espanha e nos EUA, que se especializou em conseguir produzir hidrogénio verde, a partir da radiação solar. O painel de acrílico proprietário tem um papel fundamental em todo o processo de desenvolvimento e produção. A Fusion Fuel produz praticamente todos os componentes necessários para este projeto. A estimativa é de que em dois anos este sistema de produção de hidrogénio já seja rentável.

Fontes: Visão e Sapo Vídeos, consultado a 5 de abril de 2023.

Geografia 11.º ano – Quais são as principais árvores de Portugal continental

Quais são as principais árvores de Portugal continental?

Fonte: Pordata, consultado a 22 de março de 2023.

Geografia 10.º ano – Exame Nacional de Geografia – Recursos Hídricos (formulário)

Questões de Exame Nacional Geografia – Recursos Hídricos

Fonte: IAVE, consultado a 22 de fevereiro de 2023.

Geografia – Energias Renováveis: Energia das Ondas e das Marés – Conversor de energia das ondas a instalar em Aguçadoura pode abastecer 300 casas

A CorPower Ocean aponta para o próximo mês de novembro a injeção na rede elétrica de energia das ondas, suficiente para abastecer 300 casas, com o início de funcionamento do primeiro de quatro conversores produzidos em Viana do Castelo, a instalar a cerca de seis quilómetros de terra, na praia da Aguçadoura, na Póvoa de Varzim.

Esta quarta-feira, o diretor em Portugal da empresa tecnológica sueca, Miguel Silva, divulgou que entre 2024 e 2025, estará concluída a instalação dos restantes três conversores de energia das ondas, prevendo uma produção de 1,2 megawatts de energia, suficiente para alimentar mil habitações, num investimento de 16 milhões de euros.

Miguel Silva especificou que o primeiro conversor de energia das ondas, no formato de uma boia, com nove metros de diâmetro, vai ser colocado dentro da água, em meados de novembro, a cerca de seis quilómetros de terra, na praia da Aguçadoura [na Póvoa de Varzim].

“É importante que a comunidade perceba que para termos um sistema com 24 horas de energia renovável ele não sobrevive só com vento e sol. É também importante perceber que, se tratando de uma tecnologia emergente e que resolve efetivamente um problema. Não é possível competir com tecnologias maduras, como o vento e sol, quando estamos a falar de uma tecnologia emergente, que tem os custos dessa emergência associadas”, acrescentou.

Notícia completa e fonte: Mais Semanário, consultado a 21 de fevereiro de 2023.

Geografia – Energias Renováveis – Fundo dinamarquês investe em energia eólica no mar da Figueira da Foz

Fundo dinamarquês investe em energia eólica no mar da Figueira da Foz

Um fundo de investimento dinamarquês pretende investir oito mil milhões de euros num projeto de energias eólicas no mar ao largo da Figueira da Foz, com capacidade de produção de 2 Gigawatts, foi anunciado esta terça-feira. Designado de Nortada, o projeto será o primeiro parque eólico offshore de grande escala em Portugal, refere um comunicado do fundo de investimento Copenhagen Infrastructure Partners (CIP), enviado à agência Lusa.

A expansão da presença em Portugal para o mercado eólico offshore “surge na sequência das ambições reveladas pelo Governo português na área das energias eólicas offshore, assim como dos resultados preliminares dos grupos de trabalho instituídos para o efeito”, adianta o comunicado.

O período de audição pública, segundo despacho do Governo de sexta-feira, é de 30 dias úteis, e destina-se a formulação de “sugestões e recolha de contributos” sobre a proposta preliminar das áreas espacializadas para o planeamento e operacionalização de centros eletroprodutores baseados em fontes de energias renováveis de origem ou localização oceânica.

A Figueira da Foz é proposta para a maior área de instalação de parques eólicos, com 1.237 quilómetros quadrados (km2) e potencial para até quatro gigawatts de capacidade, seguida por Viana do Castelo (663km2 e 2GW), Sines (499km2 e 1,5GW) e Ericeira e Sintra/Cascais (300 km2 e 1GW).

Fonte Eco, consultado a 21 de fevereiro de 2023.

Geografia 10.º ano – Exame Nacional de Geografia: População (formulário)

Questões de Exame Nacional de Geografia 10.º Ano: A População

Fonte: IAVE

Os Campos Masseiras: o vinho que vem da praia (4/4)

Quando os campos masseira faziam parte do currículo escolar lembro-me de ter ficado maravilhada com o facto de este tipo de agricultura única no mundo ser originária daqui, da Póvoa de Varzim (das freguesias Estela, Navais e Aguçadora) e do concelho vizinho, Esposende (Apúlia e Fão). Não tenho memória do que se disse sobre as vinhas, que eram plantadas para fixar as areias nos valos, nem fazia ideia se saía dali vinho que valesse a pena. Até ter lido sobre o projecto de Ricardo Garrido, em parceria com o reconhecido enólogo Márcio Lopes. Logo ali ficou decidido que queríamos o Tubarão na vinharia.

Ele, o Tubarão, entrou na vinharia com o Ricardo Garrido neste tempo de confinamento. Por isso, não pudemos ter as grandes conversas que, normalmente, giram à volta do vinho. Soubemos que o Ricardo, que vive nesta zona, comprou as uvas aos agricultores, pediu ao Márcio Lopes para ver o que conseguia fazer e perdeu tempos infinitos com burocracias.

Enquanto falava connosco, o Tubarão, um palhete feito no estilo Pet-Nat*, brilhava em cima da mesa, à medida que ia libertando gotas em tons salmão e fazia crescer o interesse em prová-lo. Mas, antes disso, vamos saber um pouco mais sobre as masseiras.

Foram os monges, quem mais?

Então, este tipo de agricultura foi inventado por monges beneditinos da abadia de Tibães, no século XVIII, na mesma altura em que alguns destes monges frequentavam as praias da Póvoa de Varzim como terapia (a associação das duas coisas é extrapolação nossa).

A técnica destes monges consistia em fazer uma cova larga e funda nas dunas, de forma rectangular, e nos cantos dessa cova, nos ‘’valos’’, cultivar vinha para proteger a área central dos ventos. Nesta área, apesar da proximidade do mar, existe água doce e utilizavam-se os rebaixamentos do terreno para os campos ficarem mais próximos do lençol freático. Desta forma, ficavam também mais protegidos dos ventos e as vinhas à volta ajudavam a criar um efeito de estufa que favorecia o desenvolvimento das culturas. A fertilização com sargaço, fazia o resto.

Como a areia transmite mal o calor, ficando retido à superfície, as vinhas não podiam tocar no solo (basta lembrarmo-nos do momento em pisamos a areia com os pés descalços no pico do Verão). Assim, implementou-se um sistema de torniquetes, que consiste em levantar as videiras com estacas a um metro e meio dos solos. Isto permitiu um aumento da produção, que levou a uma generalização deste tipo de agricultura a partir do início do século XX, quando até aqui só existiam 20 proprietários a trabalhar nestes terrenos.

Nos dias de hoje, com a opção pelas estufas, as masseiras estão em vias de extinção e o que Ricardo Garrido espera conseguir com este projecto é resgatar uma cultura única.

A primeira colheita (2019) resultou numa produção de 600 garrafas e uma delas estava a brilhar em cima da nossa mesa (lembram-se?).

O vinho foi despejado nos copos e provado à distância que as actuais circunstâncias obrigam e, mesmo sabendo que os Pet-Nat são vinhos diferentes, conseguiu não só surpreender-nos como maravilhar-nos.

*Os Pétillant-naturel, que significa espumante natural, são vinhos produzidos seguindo o método Ancestrale, que consiste em engarrafar o vinho na primeira fermentação, quando o açúcar ainda não se converteu em álcool. A fermentação continua dentro da garrafa, gerando o gás carbónico. Aqui não são adicionados sulfitos, já que o próprio dióxido de carbono produzido pela fermentação natural, vai actuar como um antioxidante.

Fonte: Tua Wine, consultado a 12 de fevereiro de 2023.

Os campos Masseiras: fertilização feita nas masseiras (3/4)

A fertilização era feita com recurso a sargaço e pílado.

A sua apanha e recolha foi muito importante para aumentar a fertilidade dos solos arenosos. O pilado (Polybius henslowi) trata-se de um caranguejo rico em cálcio e magnésio, que combate os nemátodes. O seu alto teor em cálcio possibilita ainda uma melhor agregação dos pedes do solo. Este sistema de fertilização já era utilizado muito antes do nascimento deste sistema de produção, mas os materiais eram transportados apenas para terrenos próximos.

No passado, com o aparecimento do foral, a apanha do sargaço foi dada exclusivamente aos agricultores que trabalhavam nas masseiras. Também a Igreja impôs ordens, impedindo a apanha aos domingos e feriados. E mais recentemente foram impostas regras para que se gerisse a sua apanha, pois era um recurso escasso e passou apenas a ser permitida a sua apanha em épocas específicas.

No sargaço as principais espécies utilizadas são Sacchoriza polyschides e Laminaria hyperborea. Estas contêm alginatos, o que permite aumentar a retenção de nutrientes e água (uma vez que permite a subida da água por capilaridade). Este composto é colocado sempre no inverno, com o intuito das chuvas dissolverem e lixiviarem o sal. Assim, esta incorporação permitiu transformar solos arenosos (não propícios à agricultura) em terrenos agrícolas.

Atualmente as masseiras enfrentam uma série de problemas devido à substituição dos fertilizantes naturais por fertilizantes de síntese, devido à venda de areias dos moios (utilizadas sobretudo na construção civil) e devido à implantação de estufas.

A destruição dos moios tornou as masseiras maiores mas estas não apresentam tanta proteção conta os ventos. Os taludes foram substituídos por muros de tijolo e a paisagem foi, consequentemente, degradada.

A implementação de estufas nestes locais levou ao aparecimento de um microclima desfavorável devido à elevada humidade no seu interior, ao deficiente arejamento e ao aparecimento de pragas e doenças.

O lençol freático sofreu contaminação devido à substituição de corretivos orgânicos naturais por fertilizantes de síntese.

Acrescenta-se ainda que as masseiras têm vindo a ser substituídas por questões económicas, pois apenas fornecem rendimentos para autoconsumo.

Fotografias

Fontes: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e A Cientista Agrícola, consultado a 12 de fevereiro de 2023

Os campos Masseiras: sistema de Produção hortícola e contexto histórico (2/4)

Os sistemas de produção desta região dividem-se essencialmente em duas modalidades: sistema tradicional e empresarial.

A horticultura tradicional é efetuada em “campos masseiras”1. Estes agro-sistemas eram implantados nas dunas secundárias, no Noroeste Litoral de Portugal.

Ocupavam uma faixa litoral que se estende cerca de 6 a 10 km. Têm uma forma predominantemente retangular (o que facilita a drenagem superficial) e com um ligeiro declive para drenagem, sendo a sua dimensão aproximada de 1000 a 10000 e têm uma profundidade de aproximadamente 3 m (tendo sido rebaixados artificialmente por escavação).

As laterais do campo são designadas de moios, valos ou valados. Estes campos possuem estruturas para rega e drenagem (sistema de sangramento) que atenuam os efeitos desfavoráveis para as culturas inerentes à subida do lençol freático.

O rebaixamento é efetuado para que o campo fique mais próximo do nível freático o que é benéfico para a cultura pois permite que as plantas tenham acesso à água que necessitam para o seu desenvolvimento. Para além disso, protege as culturas dos ventos marítimos carregados de areia e sal, diminuindo assim o risco de acama da cultura e a deposição de sais sobre esta, assim como, diminui o efeito abrasivo da areia.

Facilita a evaporação de água que provoca um efeito de estufa favorável ao desenvolvimento da cultura pois torna a amplitude térmica menor. Como resultado, a temperatura na proximidade do lençol freático é maior, aumenta a evaporação e a humidade aérea da masseira.

Os moios das masseiras são estabilizados pelo cultivo de Vitis vinífera (vinha, que apresenta rápido desenvolvimento) que é ainda utilizada na produção de vinho. São geralmente utilizadas castas brancas e a vinha não é enxertada (pé franco).

O facto de o solo possuir salinidade e ser arenoso não permite o desenvolvimento da filoxera (praga da vinha), visto que esta não consegue escavar túneis e portanto concluir o seu ciclo de vida.

A areia da masseira transmite mal o calor, que fica retido sobretudo à superfície, podendo atingir os 80ºC no Verão. Deste modo, a vinha não devia tocar no solo (caso contrário, a produção era reduzida e os seus frutos eram apenas utilizados como uvas de mesa) pelo que houve a necessidade de se implementar um sistema de torniquetes – ao esticar o torniquete impede-se que a videira toque no solo. Este sistema (também designado levantamento sobre estacas) permitia que a produção aumentasse em quantidade e qualidade.

Era ainda utilizado um contrapeso – pedra de tamanho considerável enterrada para levantar o arame que suporta a vinha.

Nas masseiras era comum efetuar-se as seguintes rotações que se apresentam no quadro seguinte:

Fotografias:

Fonte: A Cientista Agrícola, consultado a 12 de fevereiro de 2023