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Notícias: Temos “Alquevas debaixo dos pés” e ainda não sabemos como os usar

Temos “Alquevas debaixo dos pés” e ainda não sabemos como os usar

(…)
“Captamos a água subterrânea de três maneiras”, explica João Nascimento. “Temos as nascentes, que são água subterrânea que surge à superfície; temos os poços, que são as captações tradicionais; e, a partir dos anos 1960/70, com base na tecnologia dos petróleos, começámos a desenvolver furos, que são captações mais estreitas, mas de grande profundidade” que, na zona onde nos encontramos, atinge os 250/300 metros.

(…)
Água em movimento

É o momento de fazermos uma pausa nos argumentos para percebermos um pouco melhor o funcionamento dos sistemas aquíferos.
É importante compreender que, apesar de estarmos a falar de reservatórios naturais, esta é uma água em movimento. (…) “A água circula num aquífero. Não está parada. Circula no sentido hidrológico, das zonas mais altas para as mais baixas. Por isso, parte da que não captarmos acaba por descarregar naturalmente nas linhas de água ou directamente para o mar.”
Quando ouvia falar da construção de mais barragens, Luís Ribeiro indignava-se: “Ainda não perceberam que nós, no subterrâneo, temos vários Alquevas.” E lembrava que “basta atravessar o Tejo e já não bebemos água de [barragem de] Castelo de Bode [que serve Lisboa], é tudo água subterrânea, que é de melhor qualidade que a superficial — primeiro porque está protegida e depois porque, como está em contacto com a rocha, é mais mineralizada”.

Ler a natureza

Durante grande parte da sua história, também Lisboa foi alimentada por águas subterrâneas. Foi para isso que, no século XVIII, se construiu, com base no percurso do antigo aqueduto romano, o Aqueduto das Águas Livres, um ambicioso sistema de captação e transporte de água vinda da bacia hidrográfica da serra de Sintra, na zona de Belas.
Recolhida em cerca de 60 nascentes situadas a noroeste de Lisboa, a água, transportada por gravidade, era depois distribuída por perto de 30 chafarizes espalhados pela cidade. Só na década de 60 do século XX é que as águas do Aqueduto deixaram de ser utilizadas para consumo humano e Lisboa passou a ser abastecida pela albufeira de Castelo de Bode, no rio Zêzere.

Mais calor, mais água doce a circular

“A água doce existe na terra porque há uma película muito pequenina de água salgada, a que chamamos oceano, que evapora, vai para a atmosfera e depois precipita outra vez. Fica muito pouco tempo na atmosfera, apenas alguns dias. E ao precipitar, uma parte dela vai ser escoada à superfície sob a forma de rios, e a outra vai penetrar na camada mais rochosa e vai circular como água subterrânea.” O que acontece, sublinha, é que “estando a temperatura a aumentar, em princípio o sistema acelera um bocadinho e vai pôr mais água doce a circular”.
Uma das consequências desta alteração são os chamados “fenómenos extremos”, a que temos vindo a assistir em certas zonas do planeta — chuvas muito intensas, cheias, solos incapazes de reter tanta água, que corre descontroladamente para os rios e mares, muitas vezes arrastando tudo pelo caminho. Isto enquanto noutras partes do planeta a terra seca sob o céu sem nuvens e animais e humanos morrem de sede e de fome.

Fonte: Público, consultado a 6 de julho de 2023.

Notícias: Sobe e desce: quantidade de água aumenta em quatro bacias hidrográficas e desce em oito

Sobe e desce: quantidade de água aumenta em quatro bacias hidrográficas e desce em oito

O volume de armazenamento de água nas barragens continua no sobe e desce. Em 57 albufeiras, 23 tinham disponibilidade hídrica superior a 80% do volume total, mas dez têm disponibilidade abaixo de 40%.
A quantidade de água armazenada desceu, em Junho, em oito bacias hidrográficas e subiu em quatro, de acordo com os dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH), referentes ao estado de 12 bacias.
Os armazenamentos do mês passado por bacia hidrográfica eram, a 30 de Junho, superiores à média, com excepção das bacias do Sado, Guadiana, Mira, Arade e Ribeiras do Algarve, que volta a ser a que segura menos quantidade de água: apenas 11,7% da capacidade, quando a média é de 69,9%.
Das 57 albufeiras monitorizadas – a cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira –, 23 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e dez têm disponibilidades inferiores a 40%.
Nos últimos meses, como descreve uma reportagem do Azul publicada no final de Junho, o volume de armazenamento de água nas barragens de Portugal está num jogo contínuo de sobe e desce. A chuva escassa e intermitente tem sido suficiente para deixar as albufeiras do Norte numa situação confortável, mas a sul do Tejo tudo se complica.
As situações mais críticas, como se confirma no boletim do SNIRH agora publicado, estão na região algarvia, nas bacias do Mira e do Sado.

Barragem que abastece Baixo Alentejo não enche há uma década

A barragem do Monte da Rocha, em Ourique, fornece água para todo o Baixo Alentejo mas está a 9% e não enche há uma década, embora Manuel Caetano acredite que tem muita água ainda para vários anos. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) monitoriza 75 albufeiras e segundo os dados actualizados na semana passada a que está em pior situação é a do Monte da Rocha, a 9% da capacidade.
Construída para abastecimento humano e rega, Monte da Rocha nem chegou este ano a disponibilizar água para rega, tal a pouca água que armazenou, destinada apenas a servir os concelhos de Castro Verde, Ourique, Almodôvar, Mértola e Odemira, que num total têm mais de 50 mil habitantes.
Parece difícil que aqueles pequenos lagos dispersos forneçam água a cinco concelhos, mas Manuel Caetano, anos a olhar a barragem, garante que água não faltará nos próximos anos. E Ilídio Martins, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (Alto Sado é outro nome para Monte da Rocha), com base em dados técnicos, afiança o mesmo.
A associação é a entidade gestora da barragem e segundo o seu presidente a água não faltará. “Temos reserva para mais um ano, mas esperamos que aquela reserva que lá está seja acrescida com alguma chuva e que haja precipitação no próximo Inverno, porque seria muito mau se isso não acontecesse”, diz à Lusa.

Fonte: Público, consultado a 6 de julho de 2023.

Geografia 10.º ano – Exame Nacional de Geografia – Recursos Hídricos (formulário)

Questões de Exame Nacional Geografia – Recursos Hídricos

Fonte: IAVE, consultado a 22 de fevereiro de 2023.

Geografia – Ainda as cheias, dezembro de 2022, na cidade do Porto… O rio que corre por baixo da cidade do Porto.

Com as cheias que ocorreram em dezembro de 2022, veio à superficie um pouco da história da cidade do Porto… o rio que corre por baixo da cidade.

” Muito antes das captações de água no rio Sousa, as fontes e chafarizes da cidade do Porto eram abastecidas através de uma rede de canais subterrâneos, ainda hoje existentes, como os do manancial de Paranhos.

Passamos sobre eles centenas de vezes, mas não damos conta de que, por baixo do solo portuense, correm mananciais construídos em terreno granítico que permitiram, durante séculos, o abastecimento das fontes e chafarizes para o consumo de água.

Até 2007, foi possível visitar estes espaços, mas a Águas do Porto foi forçada a encerrar o acesso por falta de condições de segurança. Além disso, as obras do Metro interromperam um segmento dos canais, o que obriga o visitante a sair e reentrar nos túneis.

De acordo com a investigação de Alexandra Agra Amorim e João Neves Pinto, autores da obra “Porto d’Agoa” (edição conjunta dos SMAS Porto e Instituto Superior de Engenharia do Porto), a primeira referência documental ao Porto subterrâneo remonta a 1392, mas a construção do manancial de Paranhos só foi autorizada em 1597 por Filipe I a pedido do povo da cidade. Em 1607, a água já chegava ao Porto, pois este manancial encaminhava-a das três nascentes da Praça Nove de Abril, vulgo “Arca d’água”, até à actual zona baixa da cidade. O manancial de Paranhos custou 22.800.000 réis.

De construção cuidada e permitindo quase sempre a caminhada erguida, ele apresenta, a espaços, pequenas galerias com nascentes de água que alimentam o caudal corrente num aqueduto de pedra. Na Quinta de Salgueiros, aquele manancial une-se a outro (o manancial de Salgueiros) e a água passa a percorrer o subsolo da cidade numa única caleira de pedra com destino à Praça Gomes Teixeira.
Até terminarem os estudos de reabilitação não há perspectiva de reabertura destes canais aos visitantes modernos. Neste momento, está aberto um concurso para a abertura de um museu – está previsto que o Museu do Rio da Vila seja inaugurado no segundo trimestre de 2018 – e o percurso subterrâneo a partir da estação de São Bento.”

Fonte: Nationalgeographic, consultado a 7 de fevereiro de 2023.

Drenagem (escoamento) das àguas pluviais: vídeo e imagem explicativos (2/2)

What is stormwater?

Stormwater is rain or melting snow that flows over land or impervious surfaces, such as paved streets, parking lots, and building rooftops, and does not soak into the ground. In more natural areas, such as forests and wetlands, water is quickly able to soak into the ground, where it is stored and filtered. As urban areas have less vegetation and more impervious surfaces, less rain is able to infiltrate into the ground, and more runoff is generated.

Imagem:

Vídeo:

Fonte: The Contra Costa Clean Water Program (CCCWP), consultado a 23 de dezembro de 2022

Drenagem (escoamento) das àguas pluviais: contexto natural e contexto urbano (1/2)

Representação da drenagem das águas pluviais, em contexto natural e contexto urbano, importante para o estudo e ensino da Hidrosfera e análise de mapas (cartografia temática).
As Bacias de Drenagem e a influência da cobertura do solo, o tipo de rochas, tipos de solo, precipitação, permeabilidade e impermeabilidade do solo, influência dos seres vivos, dimensão da bacia, altitude, forma e outras aspetos relevantes.

Adaptado: Scottish Association of Geography Teachers (site)
Scottish Association of Geography Teachers (Twitter)
Consultado a 23 de dezembro de 2022.

Geografia – O que mais se pesca em Portugal?

Infografia: O que mais se pesca em Portugal?

Fonte: Pordata, consultado a 1 de setembro de 2022.

Exame Nacional de Geografia 2021 – 2.ª Fase – Inundação, Vale do Rio Mondego, nível médio das águas do mar, alterações climáticas, planeamento e ordenamento do território, superfícies frontais

Exame Nacional de Geografia 2021 – 2.ª Fase – Versão 1
Questão 5
5. A Figura 5 representa a área suscetível de inundação atual no vale do rio Mondego e a projetada para 2050, tendo em conta o efeito da subida do nível médio das águas do mar, decorrente das alterações climáticas.

5.1. Um impacte da subida do nível médio das águas do mar na área de inundação projetada para 2050, identificada na Figura 5, é
(A) o aumento do assoreamento do leito do rio.
(B) a redução das espécies piscícolas marinhas.
(C) o avanço acentuado da linha de costa.
(D) a diminuição da salinidade das águas fluviais.
5.2. De acordo com a Figura 5, prevê-se que, em 2050, a área de inundação no vale do rio Mondego alcance, aproximadamente, ____________ a ____________ do limite de inundação atual.
(A) 40 km … montante
(B) 40 km … jusante
(C) 20 km … montante
(D) 20 km … jusante
5.3. Selecione as duas medidas que, no âmbito do planeamento e ordenamento do território, permitem a adaptação à subida do nível médio das águas do mar prevista para as margens do rio Mondego.
I.  A construção de diques a montante da área inundada em 2050.
II. A relocalização de habitações das áreas de risco de inundação.
III. A colocação de areias nas praias durante o verão.
IV. A plantação de espécies vegetais adaptadas às águas salobras.
V. A desobstrução das linhas de água dos afluentes do rio Mondego.
5.4. Explique, apresentando dois aspetos, como a passagem sucessiva de superfícies frontais pode provocar cheias no curso inferior dos rios.
Correcção: Aqui
Fonte: Iave, consultado a 15 de setembro de 2021

Exame Nacional de Geografia 2021 – 2.ª Fase – Recursos Píscicolas, Pescas, Sardinha, Faixa Costeira

Exame Nacional de Geografia 2021 – 2.ª Fase – Versão 1
Questão 3
3. A distribuição da sardinha ocorre, principalmente, na faixa costeira do Atlântico Nordeste.
A Figura 3 representa a distribuição da sardinha na costa de Portugal continental, cuja maior concentração se verifica até aos 100 m de profundidade.

3.1. De acordo com a Figura 3, a maior abundância de sardinha ocorre entre ______________ , numa
área integrada na ______________.
(A) Aveiro e Figueira da Foz … planície abissal
(B) Nazaré e Peniche … planície abissal
(C) Aveiro e Figueira da Foz … plataforma continental
(D) Nazaré e Peniche … plataforma continental
3.2. A sardinha é uma espécie capturada na área representada na Figura 3, entre a primavera e o outono.
Refira, justificando, dois fatores naturais que favorecem a disponibilidade de sardinha no período do ano indicado.
Correcção: Aqui
Fonte: Iave, consultado a 15 de setembro de 2021

Exame Nacional de Geografia 2021 – 1.ª Fase – Precipitação, Temperatura, Humidade Relativa, Humidade Absoluta, Evapotranspiração, Insolação, Barragem, Cursos de Água, Bacias Hidrográficas, Região Hidrográfica das Ribeiras do Algarve, Campos de Golfe do Algarve

Exame Nacional de Geografia 2021 – 1.ª Fase – Versão 1
Questão 1
1. As Figuras 1A e 1B representam algumas variáveis climáticas para a região do Algarve.

1.1. Na região do Algarve, o regime da precipitação, observado na Figura 1A, pode possibilitar
(A) a salinização dos aquíferos na faixa litoral.
(B) a manutenção dos caudais dos rios ao longo do ano.
(C) a redução dos níveis de água nas lagunas litorais.
(D) a eutrofização dos cursos de água em anos húmidos.
1.2. Os valores da insolação representados na Figura 1B correspondem à média mensal
(A) da quantidade de energia solar recebida por unidade de superfície.
(B) do número médio de horas com radiação solar difusa.
(C) do número médio de horas com radiação solar direta.
(D) da quantidade de energia solar recebida por unidade de tempo.
1.3. Identifique as duas afirmações verdadeiras, com base na interpretação das Figuras 1A e 1B.
I. A temperatura média mensal varia de forma inversa à da insolação média mensal.
II. Os valores mais elevados de humidade relativa média ocorrem nos meses em que os valores das temperaturas médias são mais elevados.
III. À medida que o valor da evapotranspiração aumenta, o valor da humidade relativa diminui.
IV. A diferença do total anual de precipitação entre o ano mais chuvoso e o ano mais seco é 757 mm.
V. No mês de junho, a quantidade de água perdida efetivamente para a atmosfera foi 7 mm.
1.4. A gestão da água na região do Algarve pressupõe um planeamento sustentável, considerando a relação que existe entre a disponibilidade e a necessidade.
Refira uma vantagem e uma desvantagem associadas à construção de uma nova barragem na região do Algarve, justificando a sua resposta.
1.5. A Figura 1C representa a distribuição de cursos de água e de campos de golfe na Região Hidrográfica
das Ribeiras do Algarve, em 2016.

1.5.1. Duas das bacias hidrográficas que são contíguas à Região Hidrográfica das Ribeiras do
Algarve são
(A) Sado e Guadiana.
(B) Mira e Guadiana.
(C) Sado e Tejo.
(D) Mira e Tejo.
1.5.2. A distribuição de campos de golfe na Região Hidrográfica das Ribeiras do Algarve, observada na Figura 1C, caracteriza-se por uma
(A) assimetria intrarregional, evidenciando o padrão de distribuição do turismo rural.
(B) forte concentração linear, acompanhando o traçado da rede hidrográfica na região.
(C) acentuada litoralização, configurando um padrão semelhante ao da rede urbana.
(D) dispersão geográfica, coincidindo com a localização das sedes de município.
1.6. Na região do Algarve, o golfe constitui uma atividade desportiva com potencialidades de desenvolvimento regional. A tendência para a implementar, como função complementar ao turismo balnear, não é consensual, devido aos impactes ambientais.
Posicione-se a favor ou contra a implementação desta atividade. Fundamente a sua posição com a apresentação de dois argumentos, tendo em conta a importância da sustentabilidade da região.
Correcção: Aqui
Fonte: Iave, consultado a 13 de setembro de 2021.