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Nascentes, Rios, Rede Hidrográfica e Bacia Hidrográfica, por António Galopim de Carvalho

Quem é capaz de dizer onde estão as nascentes destes rios?
AS NASCENTES DOS RIOS, UMA IDEIA CONVENCIONAL QUE NEGA A REALIDADE.
Pense nisto estimado leitor ou estimada leitora, sobretudo, se a sua profissão for ensinar.
Já aqui o escrevi e volto a fazê-lo, motivado por esta significativa imagem que encontrei na “net”
É ideia geral e bem enraizada que os rios nascem num sítio bem definido. Eu soube-os, de cor, relativamente a todos os nossos rios, cinco em Espanha e as restantes em Portugal. Soube-as, assim, na minha 4ª classe (o 4º ano actual) e, ai de mim, se as não soubesse recitar, desde a do Minho à do Guadiana. A régua na mão do professor, lá estava à espera daqueles que não respeitassem a regra nesse tempo e a regra era saber tudo “na ponta da língua.” Porque, em minha opinião, qualquer rio, grande ou pequeno, não tem uma, mas sim um sem número de nascentes. Fui ver nos livros e na net o que se continua a dizer sobre este tema. No caso de alguns dos nossos rios, pode ler-se:
O Rio Minho nasce na Serra de Meira, em Espanha, na Galiza;
O Rio Lima nasce no Monte Talarinho, em Espanha, na Galiza;
O Rio Douro nasce na Serra de Urbión, em Espanha;
O Rio Mondego nasce na Serra da Estrela, no sítio do Mondeguinho;
O Rio Tejo nasce na Serra de Albarracim, em Espanha;
O rio Sado nasce na Serra da Vigia (Ourique);
O Rio Guadiana nasce nas Lagoas de Rudiera, em Espanha.
Face a esta realidade, o professor tem de explicar aos alunos que esta noção de nascente de um rio, é uma ideia vinda dos geógrafos e exploradores do passado, sem suporte científico. Trata-se de uma ideia convencional que nega a generalidade dos casos. Nesta ideia, convencionou-se “colocar” a nascente do rio na mais afastada das inúmeras cabeceiras da respectiva rede hidrográfica. É aquela, podemos dizer, que “torna” o rio mais comprido. Na realidade, o rio recebe toda a água que cai na sua bacia hidrográfica. Esta água é toda a que escorre à superfície das vertentes (água de escorrência), a que corre canalizada no fundo dos vales de afluentes e subafluentes e, ainda, toda a que se infiltra no terreno da respectiva área que alimenta os aquíferos e brota aqui e ali em inúmeras nascentes.
Notas:
Rede hidrográfica – conjunto do rio mais os seus afluentes e subafluentes.
Bacia hidrográfica – área em que as águas precipitadas são conduzidas para uma rede hidrográfica, ou seja, a área total drenada por um rio e seus afluentes e subafluentes.

Fonte: António Galopim de Carvalho – Facebook, consultado a 30 de dezembro de 2023

Geografia – Clima: Mês de outubro é o mais chuvoso dos últimos 90 anos – 150% acima do normal

Mês de outubro é o mais chuvoso dos últimos 90 anos – 150% acima do normal
O mês de outubro começou com tempo seco, mas a partir de dia 12 vieram as tempestades. Agora, o mês de outubro está entre os mais chuvosos dos últimos 90 anos. A precipitação acumulada foi 150% acima do normal.

Fonte:TVI, consultado a 30 de outubro de 2023.

Notícias: A chuva encheu os rios e as barragens?

A chuva encheu os rios e as barragens?
Siga a evolução da disponibilidade de água nas bacias hidrográficas e nas barragens. Como evolui a seca? Chove abaixo ou acima da média?

Disponibilidade de água nas bacias hidrográficas

Armazenamento de água nas barragens

Evolução do índice da seca em Portugal

Temperatura média mensal do ar

Precipitação média mensal

Fonte: Público, consultado a 6 de julho de 2023.

Notícias: Temos “Alquevas debaixo dos pés” e ainda não sabemos como os usar

Temos “Alquevas debaixo dos pés” e ainda não sabemos como os usar

(…)
“Captamos a água subterrânea de três maneiras”, explica João Nascimento. “Temos as nascentes, que são água subterrânea que surge à superfície; temos os poços, que são as captações tradicionais; e, a partir dos anos 1960/70, com base na tecnologia dos petróleos, começámos a desenvolver furos, que são captações mais estreitas, mas de grande profundidade” que, na zona onde nos encontramos, atinge os 250/300 metros.

(…)
Água em movimento

É o momento de fazermos uma pausa nos argumentos para percebermos um pouco melhor o funcionamento dos sistemas aquíferos.
É importante compreender que, apesar de estarmos a falar de reservatórios naturais, esta é uma água em movimento. (…) “A água circula num aquífero. Não está parada. Circula no sentido hidrológico, das zonas mais altas para as mais baixas. Por isso, parte da que não captarmos acaba por descarregar naturalmente nas linhas de água ou directamente para o mar.”
Quando ouvia falar da construção de mais barragens, Luís Ribeiro indignava-se: “Ainda não perceberam que nós, no subterrâneo, temos vários Alquevas.” E lembrava que “basta atravessar o Tejo e já não bebemos água de [barragem de] Castelo de Bode [que serve Lisboa], é tudo água subterrânea, que é de melhor qualidade que a superficial — primeiro porque está protegida e depois porque, como está em contacto com a rocha, é mais mineralizada”.

Ler a natureza

Durante grande parte da sua história, também Lisboa foi alimentada por águas subterrâneas. Foi para isso que, no século XVIII, se construiu, com base no percurso do antigo aqueduto romano, o Aqueduto das Águas Livres, um ambicioso sistema de captação e transporte de água vinda da bacia hidrográfica da serra de Sintra, na zona de Belas.
Recolhida em cerca de 60 nascentes situadas a noroeste de Lisboa, a água, transportada por gravidade, era depois distribuída por perto de 30 chafarizes espalhados pela cidade. Só na década de 60 do século XX é que as águas do Aqueduto deixaram de ser utilizadas para consumo humano e Lisboa passou a ser abastecida pela albufeira de Castelo de Bode, no rio Zêzere.

Mais calor, mais água doce a circular

“A água doce existe na terra porque há uma película muito pequenina de água salgada, a que chamamos oceano, que evapora, vai para a atmosfera e depois precipita outra vez. Fica muito pouco tempo na atmosfera, apenas alguns dias. E ao precipitar, uma parte dela vai ser escoada à superfície sob a forma de rios, e a outra vai penetrar na camada mais rochosa e vai circular como água subterrânea.” O que acontece, sublinha, é que “estando a temperatura a aumentar, em princípio o sistema acelera um bocadinho e vai pôr mais água doce a circular”.
Uma das consequências desta alteração são os chamados “fenómenos extremos”, a que temos vindo a assistir em certas zonas do planeta — chuvas muito intensas, cheias, solos incapazes de reter tanta água, que corre descontroladamente para os rios e mares, muitas vezes arrastando tudo pelo caminho. Isto enquanto noutras partes do planeta a terra seca sob o céu sem nuvens e animais e humanos morrem de sede e de fome.

Fonte: Público, consultado a 6 de julho de 2023.

Notícias: Sobe e desce: quantidade de água aumenta em quatro bacias hidrográficas e desce em oito

Sobe e desce: quantidade de água aumenta em quatro bacias hidrográficas e desce em oito

O volume de armazenamento de água nas barragens continua no sobe e desce. Em 57 albufeiras, 23 tinham disponibilidade hídrica superior a 80% do volume total, mas dez têm disponibilidade abaixo de 40%.
A quantidade de água armazenada desceu, em Junho, em oito bacias hidrográficas e subiu em quatro, de acordo com os dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH), referentes ao estado de 12 bacias.
Os armazenamentos do mês passado por bacia hidrográfica eram, a 30 de Junho, superiores à média, com excepção das bacias do Sado, Guadiana, Mira, Arade e Ribeiras do Algarve, que volta a ser a que segura menos quantidade de água: apenas 11,7% da capacidade, quando a média é de 69,9%.
Das 57 albufeiras monitorizadas – a cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira –, 23 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e dez têm disponibilidades inferiores a 40%.
Nos últimos meses, como descreve uma reportagem do Azul publicada no final de Junho, o volume de armazenamento de água nas barragens de Portugal está num jogo contínuo de sobe e desce. A chuva escassa e intermitente tem sido suficiente para deixar as albufeiras do Norte numa situação confortável, mas a sul do Tejo tudo se complica.
As situações mais críticas, como se confirma no boletim do SNIRH agora publicado, estão na região algarvia, nas bacias do Mira e do Sado.

Barragem que abastece Baixo Alentejo não enche há uma década

A barragem do Monte da Rocha, em Ourique, fornece água para todo o Baixo Alentejo mas está a 9% e não enche há uma década, embora Manuel Caetano acredite que tem muita água ainda para vários anos. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) monitoriza 75 albufeiras e segundo os dados actualizados na semana passada a que está em pior situação é a do Monte da Rocha, a 9% da capacidade.
Construída para abastecimento humano e rega, Monte da Rocha nem chegou este ano a disponibilizar água para rega, tal a pouca água que armazenou, destinada apenas a servir os concelhos de Castro Verde, Ourique, Almodôvar, Mértola e Odemira, que num total têm mais de 50 mil habitantes.
Parece difícil que aqueles pequenos lagos dispersos forneçam água a cinco concelhos, mas Manuel Caetano, anos a olhar a barragem, garante que água não faltará nos próximos anos. E Ilídio Martins, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (Alto Sado é outro nome para Monte da Rocha), com base em dados técnicos, afiança o mesmo.
A associação é a entidade gestora da barragem e segundo o seu presidente a água não faltará. “Temos reserva para mais um ano, mas esperamos que aquela reserva que lá está seja acrescida com alguma chuva e que haja precipitação no próximo Inverno, porque seria muito mau se isso não acontecesse”, diz à Lusa.

Fonte: Público, consultado a 6 de julho de 2023.

Drenagem (escoamento) das àguas pluviais: vídeo e imagem explicativos (2/2)

What is stormwater?

Stormwater is rain or melting snow that flows over land or impervious surfaces, such as paved streets, parking lots, and building rooftops, and does not soak into the ground. In more natural areas, such as forests and wetlands, water is quickly able to soak into the ground, where it is stored and filtered. As urban areas have less vegetation and more impervious surfaces, less rain is able to infiltrate into the ground, and more runoff is generated.

Imagem:

Vídeo:

Fonte: The Contra Costa Clean Water Program (CCCWP), consultado a 23 de dezembro de 2022

Drenagem (escoamento) das àguas pluviais: contexto natural e contexto urbano (1/2)

Representação da drenagem das águas pluviais, em contexto natural e contexto urbano, importante para o estudo e ensino da Hidrosfera e análise de mapas (cartografia temática).
As Bacias de Drenagem e a influência da cobertura do solo, o tipo de rochas, tipos de solo, precipitação, permeabilidade e impermeabilidade do solo, influência dos seres vivos, dimensão da bacia, altitude, forma e outras aspetos relevantes.

Adaptado: Scottish Association of Geography Teachers (site)
Scottish Association of Geography Teachers (Twitter)
Consultado a 23 de dezembro de 2022.

Exame Nacional de Geografia 2020 – 1.ª Fase – Bacias Hidrográficas, Rios, Barragens e Painéis Fotovoltaicos

Exame Nacional de Geografia 2020 – 1.ª Fase – Versão 1
Questões 4 – 5
4. Na Figura 3, estão representadas as principais bacias hidrográficas e algumas das albufeiras existentes em Portugal continental.
No mapa, para cinco bacias hidrográficas, são apresentados dois valores percentuais, um para o armazenamento do mês de agosto de 2019 e outro para a média de armazenamento dos meses de agosto no período de 1991 a 2018.
Nos gráficos, para cada albufeira considerada, são apresentadas as percentagens de armazenamento nos meses de agosto dos anos de 2015, de 2017 e de 2019.
Na figura, é ainda referida a capacidade máxima das albufeiras em hm3 (hectómetros cúbicos).

4.1. As afirmações seguintes são todas verdadeiras.
I. A albufeira de Castelo de Bode abastece a rede pública de água da cidade de Lisboa.
II. A albufeira de Alqueva dispõe de uma capacidade máxima de armazenamento superior à da albufeira de Castelo de Bode.
III. A bacia hidrográfica do rio Mondego apresenta, em agosto de 2019, uma percentagem de armazenamento superior à média dos meses de agosto no período de 1991 a 2018.
IV. A albufeira de Alqueva apresenta, em média, uma área inundada de 25 000 ha.
V. A capacidade total de armazenamento de água de todas as albufeiras existentes em Portugal a norte do rio Tejo é maior do que a capacidade total de armazenamento das albufeiras a sul do rio Tejo.
Identifique as duas afirmações que podem ser comprovadas através da análise da Figura 3.
4.2. Das albufeiras identificadas na Figura 3, as duas cujos níveis de armazenamento podem ser afetados pela ocorrência de precipitação em Espanha são
(A) a de Castelo de Bode e a de Aguieira.
(B) a de Alqueva e a de Aguieira.
(C) a de Castelo de Bode e a do Alto Lindoso.
(D) a de Alqueva e a do Alto Lindoso.
4.3. De acordo com a Figura 3, as albufeiras da bacia hidrográfica do rio Sado são as que registam as percentagens mais baixas de armazenamento de água nos meses de agosto de 2015, de 2017 e de 2019.
Dois fatores que podem justificar esses valores são
(A) o consumo industrial e a criação de gado no montado.
(B) a fraca precipitação no verão e a produção hidroelétrica.
(C) o abastecimento doméstico e a atividade náutica no espelho de água.
(D) a forte evaporação no verão e a irrigação dos campos agrícolas.
4.4. Considere a possível construção de um transvase no local assinalado na Figura 3.
Explique a razão pela qual a construção de um transvase nesse local permitiria minimizar o défice hídrico na bacia hidrográfica do rio Sado.
5. As Figuras 4A e 4B ilustram duas formas de potencializar a produção de energia elétrica, em complementaridade com a produção de energia de origem hídrica.
Na Figura 4A, está ilustrada a instalação de painéis fotovoltaicos sobre o espelho de água da albufeira do Alto Rabagão.
Na Figura 4B, no Esquema I, a água da albufeira de Alqueva flui para a albufeira de Pedrógão durante o dia, produzindo-se energia elétrica através do movimento de turbinas. No Esquema II, durante a noite, água da albufeira de Pedrógão é reenviada para a albufeira de Alqueva, recorrendo-se a bombas que são alimentadas por aerogeradores.

5.1. Numa sessão de trabalho de planeamento do território, foram apresentadas duas estratégias de complementaridade à produção de energia elétrica em barragens, como as ilustradas nas figuras:
A – a instalação de painéis fotovoltaicos flutuantes no espelho de água das albufeiras;
B – a instalação de aerogeradores na proximidade de barragens equipadas com sistema de bombagem.
Selecione uma das estratégias, A ou B. De acordo com a estratégia selecionada, apresente duas razões, explicando de que modo essa estratégia de complementaridade potencializa a produção de energia elétrica.
5.2. A construção de barragens tem impactes na dinâmica do litoral, como
(A) o avanço progressivo da linha de costa.
(B) a redução do abastecimento de sedimentos.
(C) o aumento da amplitude das marés durante o verão.
(D) a intensificação da deriva litoral, no sentido N/S.
Correcção: AQUI
Fonte: Iave, consultado a 8 de setembro de 2021.

Geografia: Disponibilidades de águas superficiais e subterrâneas

Disponibilidades de águas superficiais e subterrâneas.
Os recursos hídricos são utilizados a nível nacional para diversos fins – abastecimento doméstico, industrial, agrícola e turismo. Importa assim conhecer e acompanhar a evolução das disponibilidades hídricas, sendo este acompanhamento mais relevante nos períodos extremos.
As reservas hídricas superficiais são determinadas pela análise comparativa do armazenamento de água disponível em 62 albufeiras, localizadas nas principais bacias hidrográficas do país. Nesta análise são excluídas as albufeiras a fio-de-água, as de uso privado e com diminuta capacidade de regularização.
O índice de escassez permite relacionar as disponibilidades com as necessidades e assim aferir a procura em relação à oferta de forma a considerar se existe escassez em cada região hidrográfica.
http://https://www.youtube.com/watch?v=5x5vKwrd338&t=48s
Fonte: REA – APA, consultado a 5 de setembro de 2021.

Geografia: Relatório pede colaboração Portugal-Espanha na gestão de rios cada vez mais secos

Relatório pede colaboração Portugal-Espanha na gestão de rios cada vez mais secos.
A ANP/WWF aponta o aumento do uso de recursos em Portugal, como a irrigação intensiva a partir da barragem de Alqueva, e em Espanha, em Campo de Cartagena, como provas do “colapso provável da biodiversidade e a diminuição da segurança para a natureza e para as pessoas”.
O futuro adivinha-se seco na Península Ibérica, alertou esta segunda-feira a organização ambientalista ANP/WWF, com um relatório em que defende mais colaboração entre Portugal e Espanha para gerir rios e disponibilidade da água.
“De um modo geral, os modelos (climáticos) confirmam uma redução da precipitação em conjunto com um aumento consistente de temperaturas médias, resultando em maior evapotranspiração”, refere a Associação Natureza Portugal, representante nacional da organização internacional World Wide Fund for Nature (ANP/WWF).
O resultado disso, com tendência para um agravamento até 2050, será “menos água no solo, nos rios e nos aquíferos à medida que avançar o século XXI”.
Notícia completa: AQUI

Fonte: Rádio Renascença, 5 de setembro de 2021.