Exercícios de Exame Nacional de Geografia – Áreas Rurais, Agricultura e PAC
Fonte: IAVE, consultado a 9 de junho de 2024.
Exercícios de Exame Nacional de Geografia – Áreas Rurais, Agricultura e PAC
Fonte: IAVE, consultado a 9 de junho de 2024.
Centro de Frutologia Compal cria o primeiro Mapa das Frutas de Portugal
Mapa representa as 17 frutas portuguesas com certificação DOP e IGP e conta com o apoio institucional da DGADR
Para que todas as crianças conheçam a origem da fruta portuguesa, o Centro de Frutologia Compal, em conjunto com o Centro de Informação Geoespacial do Exército (CIGeoE), desenvolveu o Mapa das Frutas de Portugal.
O Mapa das Frutas de Portugal, que conta com o apoio institucional da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), representa as áreas das 17 frutas de Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) que existem em Portugal.
Estão também representados os principais elementos biofísicos que contribuem para a qualidade e características das nossas frutas, como o relevo, temperatura, insolação, precipitação e tipo de solos.
À semelhança de exemplos como o Mapa dos Rios ou o Mapa das Serras de Portugal, o Mapa das Frutas de Portugal DOP e IGP foi construído com todo o rigor científico e, em simultâneo, orientado para uma utilização pedagógica, quer seja em espaço de sala de aula, quer seja ao ar livre.
Segundo José Jordão, Presidente do Centro de Frutologia Compal: “Com o Mapa das Frutas de Portugal, acreditamos que vamos contribuir para a educação sobre a origem e as características das frutas do nosso país e, ao mesmo tempo, sensibilizar as crianças e famílias para a importância do consumo deste alimento essencial.”
Seguindo a sua missão de valorizar e promover a fruta nacional, a ambição do Centro de Frutologia Compal é fazer chegar o mapa a todas as escolas do país. A informação será também disseminada através das plataformas digitais, potenciando o ambiente que é hoje o mais natural para a divulgação de informação e aprendizagem para as novas gerações.
As regiões vinícolas de Portugal.
Fonte: Associação Portuguesa de Geógrafos, consultado a 27 de dezembro de 2023
Aumento do preço da azeite não compensa quebra na azeitona.
Em Trás-os-Montes espera-se este ano um decréscimo na produção entre 40% e 50% devido às alterações climáticas. Produtores acreditam que o consumidor ainda vai pagar mais.
Fonte: Jornal de Notícias, consultado a 30 de dezembro de 2023.
Mapa interativo da população mundial:
Site: VisualCapitalist, consultado a 30 de dezembro de 2023.
Pirâmides etárias mundiais e outros gráficos e mapas:
Site: Population Pyramid, consultado a 30 de dezembro de 2023.
Rede Rural Portuguesa:
Site: Rede Rural, consultado a 30 de dezembro de 2023.
Dados da alterações climáticas e horizontes climáticos (até 2059) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento:
Site: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Horizontes Climáticos, consultado a 30 de dezembro de 2023.
Mapa do Impacto Climático:
Site: Mapa de Impacto Climático, consultado a 30 de dezembro de 2023.
Vários indicadores e diversos formas de representação (mapas, gráficos, etc.):
Site: Gapminter, consultado em 30 de dezembro de 2023.
A paisagem florestal nacional que conhecemos tem leves resquícios do que já foi. Para trás, muito para trás, ficou um cenário que hoje apenas visitamos nas ilhas. Depois foram os Quercus, que compuseram o que agora se designa como floresta autóctone. Mas, pela mão do homem, tudo mudou e hoje o passado convive com novos visitantes, uns mais desejados que outros, uns mais nefastos que outros. Eis as espécies indígenas do país.
Fonte: Público, consultado a 7 de julho de 2023.
A aridez é um indicador de suscetibilidade à desertificação e, por isso mesmo, funciona como um sinal de alerta.
De acordo com o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação, no decénio 2000 a 2010, cerca de 63% do território do Continente está classificado com áreas suscetíveis à desertificação.
No Baixo Alentejo, os dados são ainda mais preocupantes: 94% do território é suscetível à desertificação e, em 38%, há suscetibilidade crítica.
Fonte: ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, consultado a 6 de julho de 2023.
Quais são as principais árvores de Portugal continental?
Fonte: Pordata, consultado a 22 de março de 2023.
Quando os campos masseira faziam parte do currículo escolar lembro-me de ter ficado maravilhada com o facto de este tipo de agricultura única no mundo ser originária daqui, da Póvoa de Varzim (das freguesias Estela, Navais e Aguçadora) e do concelho vizinho, Esposende (Apúlia e Fão). Não tenho memória do que se disse sobre as vinhas, que eram plantadas para fixar as areias nos valos, nem fazia ideia se saía dali vinho que valesse a pena. Até ter lido sobre o projecto de Ricardo Garrido, em parceria com o reconhecido enólogo Márcio Lopes. Logo ali ficou decidido que queríamos o Tubarão na vinharia.
Ele, o Tubarão, entrou na vinharia com o Ricardo Garrido neste tempo de confinamento. Por isso, não pudemos ter as grandes conversas que, normalmente, giram à volta do vinho. Soubemos que o Ricardo, que vive nesta zona, comprou as uvas aos agricultores, pediu ao Márcio Lopes para ver o que conseguia fazer e perdeu tempos infinitos com burocracias.
Enquanto falava connosco, o Tubarão, um palhete feito no estilo Pet-Nat*, brilhava em cima da mesa, à medida que ia libertando gotas em tons salmão e fazia crescer o interesse em prová-lo. Mas, antes disso, vamos saber um pouco mais sobre as masseiras.
Foram os monges, quem mais?
Então, este tipo de agricultura foi inventado por monges beneditinos da abadia de Tibães, no século XVIII, na mesma altura em que alguns destes monges frequentavam as praias da Póvoa de Varzim como terapia (a associação das duas coisas é extrapolação nossa).
A técnica destes monges consistia em fazer uma cova larga e funda nas dunas, de forma rectangular, e nos cantos dessa cova, nos ‘’valos’’, cultivar vinha para proteger a área central dos ventos. Nesta área, apesar da proximidade do mar, existe água doce e utilizavam-se os rebaixamentos do terreno para os campos ficarem mais próximos do lençol freático. Desta forma, ficavam também mais protegidos dos ventos e as vinhas à volta ajudavam a criar um efeito de estufa que favorecia o desenvolvimento das culturas. A fertilização com sargaço, fazia o resto.
Como a areia transmite mal o calor, ficando retido à superfície, as vinhas não podiam tocar no solo (basta lembrarmo-nos do momento em pisamos a areia com os pés descalços no pico do Verão). Assim, implementou-se um sistema de torniquetes, que consiste em levantar as videiras com estacas a um metro e meio dos solos. Isto permitiu um aumento da produção, que levou a uma generalização deste tipo de agricultura a partir do início do século XX, quando até aqui só existiam 20 proprietários a trabalhar nestes terrenos.
Nos dias de hoje, com a opção pelas estufas, as masseiras estão em vias de extinção e o que Ricardo Garrido espera conseguir com este projecto é resgatar uma cultura única.
A primeira colheita (2019) resultou numa produção de 600 garrafas e uma delas estava a brilhar em cima da nossa mesa (lembram-se?).
O vinho foi despejado nos copos e provado à distância que as actuais circunstâncias obrigam e, mesmo sabendo que os Pet-Nat são vinhos diferentes, conseguiu não só surpreender-nos como maravilhar-nos.
*Os Pétillant-naturel, que significa espumante natural, são vinhos produzidos seguindo o método Ancestrale, que consiste em engarrafar o vinho na primeira fermentação, quando o açúcar ainda não se converteu em álcool. A fermentação continua dentro da garrafa, gerando o gás carbónico. Aqui não são adicionados sulfitos, já que o próprio dióxido de carbono produzido pela fermentação natural, vai actuar como um antioxidante.
Fonte: Tua Wine, consultado a 12 de fevereiro de 2023.
A fertilização era feita com recurso a sargaço e pílado.
A sua apanha e recolha foi muito importante para aumentar a fertilidade dos solos arenosos. O pilado (Polybius henslowi) trata-se de um caranguejo rico em cálcio e magnésio, que combate os nemátodes. O seu alto teor em cálcio possibilita ainda uma melhor agregação dos pedes do solo. Este sistema de fertilização já era utilizado muito antes do nascimento deste sistema de produção, mas os materiais eram transportados apenas para terrenos próximos.
No passado, com o aparecimento do foral, a apanha do sargaço foi dada exclusivamente aos agricultores que trabalhavam nas masseiras. Também a Igreja impôs ordens, impedindo a apanha aos domingos e feriados. E mais recentemente foram impostas regras para que se gerisse a sua apanha, pois era um recurso escasso e passou apenas a ser permitida a sua apanha em épocas específicas.
No sargaço as principais espécies utilizadas são Sacchoriza polyschides e Laminaria hyperborea. Estas contêm alginatos, o que permite aumentar a retenção de nutrientes e água (uma vez que permite a subida da água por capilaridade). Este composto é colocado sempre no inverno, com o intuito das chuvas dissolverem e lixiviarem o sal. Assim, esta incorporação permitiu transformar solos arenosos (não propícios à agricultura) em terrenos agrícolas.
Atualmente as masseiras enfrentam uma série de problemas devido à substituição dos fertilizantes naturais por fertilizantes de síntese, devido à venda de areias dos moios (utilizadas sobretudo na construção civil) e devido à implantação de estufas.
A destruição dos moios tornou as masseiras maiores mas estas não apresentam tanta proteção conta os ventos. Os taludes foram substituídos por muros de tijolo e a paisagem foi, consequentemente, degradada.
A implementação de estufas nestes locais levou ao aparecimento de um microclima desfavorável devido à elevada humidade no seu interior, ao deficiente arejamento e ao aparecimento de pragas e doenças.
O lençol freático sofreu contaminação devido à substituição de corretivos orgânicos naturais por fertilizantes de síntese.
Acrescenta-se ainda que as masseiras têm vindo a ser substituídas por questões económicas, pois apenas fornecem rendimentos para autoconsumo.
Fotografias
Fontes: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e A Cientista Agrícola, consultado a 12 de fevereiro de 2023