Questões de Exame Nacional de Filosofia
– A Conceção de Ciência de Thomas Kuhn
Questões de Escolha Múltipla:
1 – Kuhn considera que há períodos de consenso e períodos de divergência na comunidade científica. O fim de um período de consenso e a consequente entrada num período de divergência devem-se:
(A) ao aprofundamento do paradigma.
(B) à acumulação de anomalias.
(C) à resolução de enigmas.
(D) à atitude crítica própria da ciência normal.
2 – Leia o texto.
Considere-se, para usar outro exemplo, os homens que chamaram louco a Copérnico por este proclamar que a Terra se movia. Eles não estavam simplesmente errados, nem completamente errados. Para eles, a ideia de posição fixa fazia parte do significado de «Terra». […] De modo correspondente, a inovação de Copérnico não se limitava a mover a Terra. Era, em vez disso, todo um novo modo de olhar para os problemas da física e da astronomia, um modo de olhar que mudava necessariamente o significado quer de «Terra», quer de «movimento».
T. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Lisboa, Guerra & Paz, 2009, p. 205
Para Kuhn, exemplos como o do texto anterior apoiam a ideia de que paradigmas diferentes são:
(A) extraordinários.
(B) comparáveis.
(C) incomensuráveis.
(D) revolucionários.
3 – Segundo Kuhn, quando uma comunidade científica se dedica sobretudo à resolução de enigmas, a ciência encontra-se num período:
(A) revolucionário.
(B) não paradigmático.
(C) de ciência extraordinária.
(D) de ciência normal.
Questão de Desenvolvimento:
1. Leia o texto.
Nenhum empreendimento de solução de enigmas pode existir a menos que os seus praticantes partilhem critérios que, para esse grupo e para essa época, determinem quando é que um enigma particular foi resolvido. Os mesmos critérios determinam necessariamente o fracasso em obter uma solução, e quem quer que tenha de escolher poderá ver nesse fracasso o fiasco de uma teoria submetida à prova. [Mas] normalmente […] não se vê assim o assunto. Só o praticante é censurado, não os seus instrumentos. Mas em circunstâncias especiais que provocam uma crise na profissão (por exemplo, um grande fracasso, ou fracassos repetidos dos profissionais mais brilhantes), a opinião do grupo pode mudar. Um fiasco que anteriormente fora pessoal pode então acabar por parecer o insucesso de uma teoria submetida a testes.
T. Kuhn, A Tensão Essencial, Lisboa, Edições 70, 1989, pp. 331-332
1.1. De acordo com Kuhn, como se explica a passagem da ciência normal para a ciência extraordinária?
Na sua resposta:
– esclareça as noções de ciência normal e de ciência extraordinária;
– integre adequadamente a informação do texto.
1.2. Apresente uma crítica à perspetiva de Kuhn acerca do desenvolvimento da ciência.
Na sua resposta, comece por explicitar o aspeto da perspetiva de Kuhn a que a crítica apresentada diz respeito.
Fonte: IAVE, consultado em 16 de junho de 2017