Questões de Exame Nacional de Filosofia
Grupo I
1 – O conhecimento vulgar distingue-se do conhecimento científico porque:
(A) o primeiro usa uma linguagem rigorosa e o segundo usa uma linguagem simples, que se adapta ao imediato.
(B) o primeiro tem por base a experiência do quotidiano e o segundo tem por base a observação rigorosa dos fenómenos.
(C) o primeiro exprime os seus resultados em termos quantitativos e o segundo descreve os fenómenos qualitativamente.
(D) o primeiro tem um valor predominantemente teórico e o segundo tem um valor eminentemente prático.
2 – O conhecimento científico caracteriza-se, entre outros aspetos, por ser:
(A) metódico e subjetivo.
(B) qualitativo e assistemático.
(C) metódico e explicativo.
(D) verdadeiro e definitivo.
3 – Considere os seguintes enunciados relativos à posição de Karl Popper acerca da natureza das teorias científicas.
1. As teorias científicas são refutáveis e conjeturais.
2. A função da experiência consiste em verificar ou em confirmar as teorias científicas.
3. As teorias científicas surgem, por indução, a partir de factos e de observações simples.
4. O critério de cientificidade de uma teoria é a sua falsificabilidade.
Deve afirmar-se que
(A) 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto.
(B) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
(C) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos.
(D) 3 é correto; 1, 2 e 4 são incorretos.
[…]
Aqui estão apenas as três primeiras questões de exame, no Scribd podem consultar e guardar a ficha completa com todas as questões (oito no total) e as respectivas soluções.
Etiqueta: Cientifismo Ingénuo
Preparação para o Exame Nacional de Filosofia: Thomas Kuhn
1. Considere o texto seguinte.
Quando os cientistas têm de escolher entre teorias rivais, dois homens completamente comprometidos com a mesma lista de critérios de escolha podem, contudo, chegar a conclusões diferentes. Talvez interpretem o critério da simplicidade de maneira diferente ou tenham convicções diferentes sobre os campos a que o critério de consistência se deva aplicar. Ou talvez concordem sobre estas matérias, mas divirjam quanto a pesos relativos a atribuir a esses e a outros critérios. No que respeita a divergências deste género, nenhum conjunto de critérios de escolha já proposto é útil. Quer dizer, há que lidar com características que variam de um cientista para outro.
T. Kuhn, A Tensão Essencial, trad. port., Lisboa, Ed. 70, 1989, p. 388 (adaptado)
1.1. Formule o problema de filosofia da ciência acerca do qual o autor toma posição.
1.2. Concorda com a tese central defendida? Justifique, relacionando a sua resposta com uma teoria estudada.
Resposta: Continuar a ler Preparação para o Exame Nacional de Filosofia: Thomas Kuhn
Filosofia 11.º Ano – Thomas Kuhn: Os Paradigmas são Incomensuráveis
Os paradigmas são incomensuráveis, isto é, são incomparáveis e incompatíveis. Não podemos comparar objetivamente aquilo que cada paradigma defende, pois correspondem a formas totalmente diferentes de explicar e prever os fenómenos.
Interpretação diferente do progresso da ciência:
– O progresso científico não pode ser entendido como um processo contínuo e cumulativo de teorias ou paradigmas cada vez melhores em direção a uma meta ou fim;
– Se não podemos afirmar que um paradigma é melhor que o antecessor, também não podemos afirmar que, ao ocorrer uma mudança de paradigma, há uma evolução da ciência para melhor: não podemos dizer que o novo paradigma descreve melhor a realidade que o antecessor.
> A ciência não progride de forma cumulativa e contínua.
>> Recusa da ideia de que a ciência é o único meio para alcançar a verdade (cientifismo Ingénuo).
> As mudanças de paradigmas não implicam a aproximação à verdade.
>> Recusa da visão teleológica da evolução da ciência: a verdade não é a meta para a qual ela se orienta.