3.2 – As áreas urbanas: dinâmicas internas
3.2.1 – A organização das áreas urbanas
3.2.1.1 – As áreas terciárias – CBD (Central Business District)
– CBD (Central Business District)
• Área mais conhecida como Baixa ou Centro.
• Tem como principais características um elevado grau de acessibilidade, uma área atractiva para o sector terciário.
• É o centro financeiro da cidade, pois tem uma grande concentração de bancos, companhia de seguros, escritórios de grandes empresas.
• Existência de actividades administrativas e escritórios de profissões liberais.
• A procura destas áreas faz com que o solo se revele escasso, dificuldade que é ultrapassada pela construção em altura.
• A distribuição das actividades apresenta-se diferenciada em: Plano Vertical (ocupação dos pisos térreos pelo comércio, nos pisos intermédios encontram-se escritórios e armazéns e nos últimos pisos destinam-se à função residencial) e Plano Horizontal (centro financeiro, comércio retalho, comércio grossista, comércio a retalho e áreas ligadas à hotelaria).
• Actualmente, as áreas centrais de algumas cidades caracterizam-se por um progressivo despovoamento.
• Nas áreas centrais residem idosos e os grupos sociais de fracos recursos. As habitações são antigas e encontram-se no estado de degradação.
Figura 1 – Valor do solo urbano e natureza da ocupação segundo distância ao Centro
Figura 2 – Distribuição Vertical das actividades no CBD – Lisboa
Fonte: Porto Editora
Etiqueta: Geografia 11.º Ano
Geografia – Os transportes e a organização do espaço urbano
3.2 – As áreas urbanas: dinâmicas internas
Os transportes e a organização do espaço urbano
– A tendência para o aumento da taxa de urbanização e o consequente despovoamento das áreas rurais, é, em parte, resultado da evolução dos transportes.
– A organização interna das cidades pode ser alterada devido à criação de novas acessibilidades.
– Os transportes, e outros factores, levaram ao crescimento dos subúrbios e ao despovoamento dos centros das cidades.
– A renda locativa (preço do solo) aumenta consoante o número de acessibilidades (vias de comunicação e rede de transportes públicos).
– Com a criação de novas vias de comunicação surge a especulação fundiária, ou seja, a sobrevalorização do preço do solo.
Geografia 11.º Ano – Indicação Geográfica Protegida (IGP)
Indicação Geográfica Protegida (IGP):
é a designação regulamentada pela União Europeia que protege os nomes dos produtos cuja relação com o meio geográfico subsiste, pelo menos, numa das fases de produção, transformação ou elaboração.
Tal como a menção DOP, a menção IGP garante que o produto foi obtido tradicionalmente e que tem uma reputação ou características ligadas ao território e que foi sujeito a um rigoroso sistema de controlo independente. Todos os produtos com IGP apresentam a respetiva menção, assim como a marca de conformidade e o logótipo comunitário.
– Exemplos de IGP: Carne dos Açores, Ovos Moles de Aveiro, Pastel de Chaves, Pastel de Tentúgal, Cereja da Cova da Beira, Citrinos do Algarve, Maçã de Alcobaça, Cacholeira Branca de Portalegre, Chouriça Doce de Vinhais, Queijo mestiço de Tolosa, etc.
Fontes: ADRAL, DGADR, consultado em 20 de novembro de 2016
Geografia 11.º Ano – As áreas urbanas : Definir cidade
– Os critérios para definir cidade variam de país para país.
– Os critérios mais usados são:
• População absoluta;
• Densidade populacional;
• Distribuição da população activa por sectores de actividade.
– As cidades apresentam características comuns:
• Equipamentos sociais e culturais como, hospitais, escolas, transportes públicos, cinemas, etc;
• Forte concentração de imóveis;
• Preço do solo elevado;
• Movimento elevado de pessoas e veículos;
• Tem alguma influência económica.
– Os critérios para definir cidade em Portugal, foram publicados em Diário da República, Lei nº 11/82, de 2 de Junho:
• 8000 eleitores;
• Instalações hospitalares com serviço de permanência;
• Farmácias;
• Corporação de bombeiros;
• Casa de espectáculos e centro cultural;
• Museu e biblioteca;
• Instalações de hotelaria;
• Estabelecimento de ensino preparatório e secundário;
• Estabelecimento de ensino pré-primário e infantários;
• Transportes públicos, urbanos e suburbanos.
Geografia 11.º Ano – Especialidade Tradicional Garantida (ETG)
– Especialidade Tradicional Garantida (ETG) não faz referência a uma origem mas tem por objecto distinguir uma composição tradicional do produto ou um modo de produção tradicional.
– Especificidade: o elemento ou conjunto de elementos pelos quais um produto agrícola ou um género alimentício se distingue claramente de outros produtos ou géneros similares pertencentes à mesma categoria;
– Tradicional: de uso comprovado no mercado comunitário por um período que mostre a transmissão entre gerações; este período deve corresponder à duração geralmente atribuída a uma geração humana, ou seja, pelo menos 25 anos;
– Especialidade Tradicional Garantida: qualquer produto agrícola ou género alimentício tradicional que beneficia do reconhecimento da sua especificidade pela Comunidade, por intermédio do seu registo em conformidade com o regulamento (n.º 509/2006);
– Agrupamento: qualquer organização, independentemente da sua forma jurídica ou composição, de produtores ou de transformadores do mesmo produto agrícola ou do mesmo género alimentício.
Geografia 11.º Ano – Estratégias integradas de desenvolvimento rural
– A promoção do desenvolvimento rural, está consagrada no segundo pilar da PAC.
– Em Portugal, os contrastes de desenvolvimento entre as áreas urbanas e as áreas rurais são acentuados, por este motivo as políticas de desenvolvimento rural têm vindo a ocupar um lugar reforçado na luta por uma sociedade territorialmente mais equilibrada.
– O desenvolvimento rural tem vindo a ser promovido através de políticas estruturais que permitiram a implementação de medidas de apoio, que foram financiadas por Fundos Estruturais Comunitários (FEDER, FEOGA-O e FSE) e se encontram enquadradas por vários programas, como o AGRO e o LEADER.
– Programa AGRO, insere-se numa estratégia de desenvolvimento agrícola e rural que visa incentivar uma ligação entre a Agricultura e o Desenvolvimento RURAL Sustentável.
– Objectivos do Programa AGRO:
• Reforço da competitividade económica das actividades agroflorestais;
• Incentivo à multifuncionalidade das explorações agrícola;
• Promoção da qualidade e da inovação da produção agroflorestal e agrorural;
• Valorização do potencial específico dos territórios;
• Melhoria das condições de vida do trabalho e do rendimento;
• Reforço da organização e iniciativa de associações dos agricultores.
– Programa LEADER, tem como objectivo apoiar acções inovadoras de desenvolvimento rural nas regiões mais desfavorecidas da União Europeia. Estes projectos são desenvolvidos a nível local, envolvendo parcerias entre diferentes agentes.
– Principais aspectos do Programa LEADER:
• Carácter inovador;
• Agilidade e eficiência dos apoios financeiros;
• Incremento dado ao Turismo em Espaço Rural;
• Criação de emprego nas áreas rurais;
• Apoio às iniciativas inovadoras e diversificadas.
Geografia 11.º Ano – Denominação de Origem Protegida (DOP)
– Denominação de Origem Protegida (DOP):
é a designação regulamentada pela União Europeia que protege os nomes dos produtos cuja produção, elaboração e transformação ocorrem numa região delimitada, com um saber-fazer devidamente reconhecido e verificado.
Garante ao consumidor que o produto tem sabor e aroma diferenciados, que foi obtido ou processado de forma tradicional, que tem uma enorme ligação ao território e ao saber fazer, e que foi sujeito a um rigoroso sistema de controlo independente.
Todos os produtos com DOP apresentam a respetiva menção, assim como a marca de conformidade e o logótipo comunitário.
– Exemplos de produtos DOP: Azeite de Trás-os-Montes, Pera Rocha do Oeste, Carne Barrosã, etc.
Fontes: ADRAL, DGADR, consultadas em 20 de novembro de 2016
Geografia 11.º Ano – Os Serviços no Espaço Rural
– Nas últimas décadas do século XX, o sector terciário tornou-se o sector mais importante da economia portuguesa.
– O processo de terciarização em Portugal foi heterogéneo, devido à distribuição irregular da população activa pelo território nacional, por exemplo, os distritos do Porto e de Lisboa tem os valores mais elevados a nível nacional.
– Os distritos do interior e as regiões autónomas têm os valores mais baixos de terciarização, devido à pouca indústria e à grande importância da agricultura.
– A implantação e a diversificação dos serviços nas rurais são fundamentais devido:
• melhorar as condições de vida da população;
• suporte ao desenvolvimento das actividades ligadas ao turismo e à industria.
Geografia 11.º Ano – Silvicultura
– A floresta tem uma grande importância ambiental devido:
• Preservação dos solos;
• Preservação dos aquíferos;
• Manutenção de ecossistemas;
• Sustentabilidade de bioversidade;
• São o “pulmão da terra”.
– São espaços de lazer e turismo.
– Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF):
(…) são instrumentos setoriais de gestão territorial, previstos na Lei de Bases da Política Floresta, que estabelecem normas específicas de utilização e exploração florestal dos seus espaços, com a finalidade de garantir a produção sustentada do conjunto de bens e serviços a eles associados.
Os PROF:
– avaliam as potencialidades dos espaços florestais, do ponto de vista dos seus usos dominantes;
– definem o elenco de espécies a privilegiar nas ações de expansão e reconversão do património florestal;
– identificam os modelos gerais de silvicultura e de gestão dos recursos mais adequados;
– e definem áreas críticas do ponto de vista do risco de incêndio, da sensibilidade à erosão e da importância ecológica, social e cultural, bem como as normas específicas de silvicultura e de utilização sustentada dos recursos a aplicar a estes espaços.
Adaptado: “O que são os PROF?”
Fonte: ICNF, consultado em 20 de novembro de 2016
Geografia 11.º Ano – Indústria no Espaço Rural
– O crescimento industrial fez-se sentir nos distritos do litoral, onde existe, entre outros factores, maior número de mão-de-obra qualificada, melhores vias de comunicação e uma grande número de serviços de apoio às empresas.
– Devido à concentração industrial nas zonas litorais e próximas das duas maiores cidades portuguesas, Porto e Lisboa, as áreas rurais começaram a sentir o efeito do despovoamento (devido ao êxodo rural e à emigração), envelhecimento da população (a população jovem procura áreas mais atractivas) e uma quebra da taxa de natalidade.
– Com a melhoria e expansão da rede viária, construção de parques industriais e aproveitamento dos recursos endógenos alguns distritos do interior conseguiram um significativo crescimento industrial. Grande parte das indústrias estão ligadas às actividades tradicionais dos respectivos distritos. Como exemplo deste crescimento, temos Guarda e Castelo Branco.
– Os restantes distritos do interior e as regiões autónomas, estão poucos industrializados e as indústrias existentes estão ligadas à agricultura, exploração dos recursos do subsolo, entre outros.
– Para que as áreas rurais sejam mais atractivas, para a indústria e para a população, é necessário:
• Criar infraestruturas para a implementação industrial, como parques industriais, vias de comunicação, criação de serviços de apoio às empresas, entre outros;
• Benefícios fiscais para as indústrias, como redução de impostos, redução do IMI, entre outros;
• Benefícios fiscais para a população para reduzir o êxodo rural e a baixa natalidade, como redução no IRS, aumento do apoio às famílias numerosos, incentivos à natalidade, entre outros;
• Aproveitamento dos recursos endógenos.