Em 1969, após a assistir a um derrame de petróleo em Santa Bárbara, no estado da Califórnia, o senador americano Gaylord Nelson começou a arquitectar a ideia ambiciosa de colocar as questões climáticas na agenda política nacional. A tarefa não seria fácil: canalizavam-se quantidades monstruosas de dinheiro para a exploração de combustíveis fósseis; as indústrias altamente prejudiciais triunfavam num crescimento mundial desenfreado; o cheiro a smog e a poluentes tóxicos nas vilas e cidades era apenas sinal de prosperidade e desenvolvimento económico. Tomar os impactos ambientais em conta nas decisões políticas era ainda extremamente rudimentar. O céu era o limite para o crescimento económico.
Um ano depois, escolheu-se o dia 22 de Abril de 1970 para se comemorar o primeiro Dia da Terra. Uma data que ficaria para a história da América e do mundo contemporâneo: foi a primeira vez que se reconheceu a necessidade de se assinalar um dia específico no calendário para celebrar a Terra e alertar para a destruição ambiental. Nelson, em conjunto com o congressista republicano Pete McCloskey e uma equipa de 85 funcionários, coordenaram e organizaram acções, demonstrações e protestos por todo o país. Vinte milhões de americanos saíram à rua nesse dia, alertando para a urgência de tomar medidas contra a iminente crise climática que se aproximava, e focando-se sobretudo nas questões de saúde pública, como água limpa e ar respirável para todos.
Artigo completo: Quantos mais Dias da Terra serão precisos?
Fonte: Público, consultado a 22 de abril de 2019.