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Filosofia 10.º Ano – Exame Nacional: Livre-Arbítrio, Determinismo Moderado, Determinismo Radical, Libertismo

Exame Nacional: Livre-Arbítrio, Determinismo Moderado, Determinismo Radical, Libertismo
1 – Na Europa, ao contrário de noutras partes do mundo, a grande maioria das pessoas julgaria o castigo por apedrejamento como horrendo e profundamente errado. Para algumas pessoas isso mostra que estas questões são relativas. […]
A respeito do apedrejamento, os relativistas [morais] por vezes concluem enganadoramente que é errado interferirmos nas práticas de outro país. Se essa conclusão é apresentada como uma afirmação não relativa, nomeadamente a de que interferir é errado, […] então contradiz a afirmação relativista de que todos os juízos morais são relativos. Tais relativistas não podem manter consistentemente a sua posição. Essa é uma razão clara para rejeitar o seu relativismo.
P. Cave, Duas Vidas Valem Mais Que Uma?, Alfragide, Academia do Livro, 2008, pp. 85-87 (adaptado)
1.1 – O autor do texto apresenta um argumento contra o relativismo moral. Explique esse argumento.
1.2 – O relativismo moral é usado para defender a tolerância. Apresente razões dos relativistas morais a favor da tolerância.
Tópicos de correção:
1.1 –
– os relativistas (morais) defendem que todos os juízos morais são relativos (ou seja, defendem que os juízos morais são verdadeiros ou falsos em relação a uma cultura / o valor de verdade dos juízos morais depende da cultura a que se pertence);
– ao mesmo tempo, os relativistas (morais) defendem que é sempre errado interferir nas práticas de outras culturas (por exemplo, condenando essas práticas);
– se é verdade que todos os juízos morais são relativos, então também é relativo o juízo de que é errado interferir nas práticas de outras culturas; por outro lado, se é absolutamente verdadeiro o juízo de que é errado interferir nas práticas de outras culturas, então nem todos os juízos morais são relativos;
– os relativistas (morais) contradizem-se quando afirmam que todos os juízos morais são relativos e, ao mesmo tempo, apresentam como uma verdade não relativa (absoluta) o juízo de que é errado interferir nas práticas de outras culturas.
1.2 –
– temos uma tendência (errada) para pensar que as preferências e as práticas da nossa sociedade são moralmente certas / se fundamentam em valores absolutos;
– porém, muitas dessas preferências e práticas não passam de padrões culturais;
– os padrões culturais das outras sociedades são apenas diferentes e não são moralmente piores (nem melhores) do que os padrões culturais da nossa sociedade;
– é errado tentarmos impor as preferências e as práticas da nossa sociedade às outras sociedades / é errado sermos intolerantes.

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