Principais críticas ao Principio da Diferença, de John Rawls, por Robert Nozick e Ronald Dworkin
– O principio da diferença viola a liberdade porque interfere na vida das pessoas e não permite que sejam elas a decidir o que fazer com os seus bens/riqueza;
– O principio da diferença não considera a maneira como alguns indivíduos, como os deficientes mentais ou físicos, ficaram em condições de desvantagem;
– O principio da diferença, não considera as diferentes preferências e ambições de cada indivíduo, nem o modo distinto as pessoas alcançam melhores condições de vida.
– Exemplo:
Imaginemos duas pessoas que trabalham na mesma empresa de eletrodomésticos. As suas funções são idênticas e têm, por isso, os mesmos recursos económicos. Têm ainda em comum os mesmos talentos naturais e antecedentes sociais. Uma delas é apaixonada por futebol e gasta uma parte razoável do seu rendimento nas deslocações permanentes que faz para apoiar o seu clube. Somadas as outras despesas inevitáveis de uma família, nada sobra. Por vezes, esta família tem mesmo de recorrer a apoio social do Estado. A outra resolveu estudar sistemas elétricos depois do horário normal de trabalho. Após um período de estudo, compra o equipamento necessário e resolve vender os seus serviços de eletricista das seis da tarde às nove da noite. Com muitas horas de trabalho, esforço e competência, duplica o rendimento inicial. O princípio da diferença diz que as desigualdades de rendimento são permitidas no caso de beneficiarem os menos favorecidos. Que consequência tem a sua aplicação a este caso? A consequência de fazer o apaixonado de futebol beneficiar do rendimento do eletricista esforçado.
Do mesmo modo que não devemos responsabilizar seja quem for pelas circunstâncias em que por acaso se encontra, devemos responsabilizar seja quem for pelas suas escolhas. Tal como é injusto não compensar custos não escolhidos, também é injusto compensar custos escolhidos.