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Filosofia 10.º Ano – John Rawls: Teste Intuitivo de Justiça e Princípio Maximin

Vamos imaginar que são 3 os mundos possíveis a que podemos chegar, cada um constituído por 3 pessoas. O padrão de distribuição de bens sociais primários nesses mundos tem uma escala que vai de 1 a 10.


É muito provável que a nossa sensibilidade moral, com as suas intuições de igualdade e justiça, nos conduza ao mundo 3. É essa a resposta de Rawls. Ponderadas as alternativas, intuitivamente preferimos que o pior resultado seja o melhor possível, e não que o melhor resultado seja o melhor possível. Esta é também a solução racional para o problema da justiça social. Trata-se da solução maximin, que é assim conhecida por assegurar a maximização do mínimo. Ora, dos princípios que podemos escolher, os princípios de justiça propostos por Rawls sobressaem como aqueles que se ajustam à solução maximin.
Rawls defende que esta regra é muito diferente do que defendem, por exemplo, os utilitaristas (a teoria de Rawls opõe-se claramente ao utilitarismo). Estes defendem que devemos maximizar a felicidade geral. Ora, é possível haver mais felicidade geral numa sociedade em que há uma minoria de pessoas que vivem muito mal, para que a maior parte deles viva muito bem, do que noutra em que todos vivem moderadamente bem. Por exemplo, a quantidade de felicidade geral numa sociedade em que todos vivem bem à custa de meia dúzia de escravos pode ser maior do que numa sociedade em que não há escravos. Ora, este resultado é inaceitável para Rawls: viola os princípios da liberdade e da diferença (é inaceitável, até porque poderíamos vir a ser nós os escravos). Este resultado não se verifica quando aplicamos a regra maximin.

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